Entrevistas
Formado por bailarinos de Camaçari, Ballet Groovado mistura dança clássica com batidas populares
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Beatriz SantosCriado em 2012 por Anderson Souza, 23 anos, popularmente conhecido como Dancinho, o Ballet Groovado se caracteriza como um grupo de bailarinos camaçarienses que promovem arte através da dança. O Ballet reflete que independente de sexualidade, cor, gostos e gestos, a dança é livre.
Com 14 anos de dança, Dancinho já atraiu muitas pessoas para o grupo. Atualmente, o Ballet Groovado conta com os dançarinos Ana Karoline, Danúbia Pessoa, Dyelen Almeida, Josué Reis, Viviane dos Santos, Matheus Mota, Stefane Fersan, Gutembergue Cabral, Bruna Silva, Alanna Santos, Deivite Marcel e Hamyson Santos.
O grupo faz parte do projeto TeaDança que acontece frequentemente na Praça dos Esportes e Cultura (PEC), no Phoc III; além de trazer na bagagem apresentações com a banda Afrocidade. No mês de julho o Ballet Groovado realizou a gravação de um vídeo clipe em São Paulo, que ainda não tem previsão para ser lançado.
Em entrevista ao Destaque1, Dancinho revelou como tudo começou, os primeiros passos e o futuro do grupo, e missão de utilizar a dança como ferramenta de transformação social. A reportagem conversou ainda com outros bailarinos do grupo que relataram suas experiências na dança e a maneira como o Ballet Groovado mudou suas vidas.
Destaque1 – Dancinho, o que lhe impulsionou a criar o Ballet Groovado?
Dancinho – Eu comecei a dançar desde pequeno, então foi despertando cada vez mais esse amor. Então, tomei essa iniciativa porque os grupos que eu dançava tinham acabado. O nome Ballet Groovado surgiu porque eu pensei em uma coisa diferente, balé já é uma mistura de clássico, então veio o “groovado”, que é batida, com groove que a gente faz. Os meninos que estão conosco, muitos deles moram longe, e mesmo assim se esforçam para estar presente nos ensaios. Isso me incentiva a manter o grupo vivo.
D1 – Quais são seus objetivos para o grupo?
D1 – É preciso mais apoio de setores públicos e privados para manter a arte na cidade?
D – Falta investimento do Governo Municipal em nós. As empresas privadas também podiam nos ajudar, falta esse apoio dos dois lados. As coisas são sempre uma burocracia. Se precisarmos de transporte para nos apresentar em outros lugares, não temos. Espaços para algum evento nosso, também será outra burocracia. E esse projeto ele agrega a cidade. Penso também como algo social para tirar os jovens da marginalidade. Não é só o de fora que é bonito, aqui dentro da cidade também tem artistas bons. Precisamos que invistam e acreditem em nós.
D1- Você define o grupo como uma ferramenta social para atrair jovens e diminuir a marginalidade na comunidade?
D – Apesar de nunca ter vivenciado a experiência com alguém que deixou as ruas por viés do Ballet, defino sim. Até porque no grupo a maioria dos componentes são jovens, isso já é um grande espelho para muitos jovens que estão aí por fora. Estou sempre disposto a trazer oportunidades para aqueles que precisam.
D1 – Quais são os projetos que vocês visam realizar?
D – Estamos nos organizando para iniciar oficina de dança no Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas, ainda nada concreto, e, também, fazer apresentações nossas no colégio.
Vivências dos bailarinos no Ballet Groovado
Na arte é onde tudo começa. Jovens e adolescentes encontram na arte de dançar as janelas para enxergar o mundo de uma forma mais bonita e alegre. Muitos dos integrantes do grupo passaram a ter uma visão ampliada e até mesmo se redescobrir.
Ana Karoline, 21, faz parte do Ballet Groovado há cinco anos, e diz que o grupo é como se fosse uma família. “Eu até diria que eu demostro mais afeto por eles, do que dentro da minha própria família, algo que seguiu desse tempo que eu já tenho dentro do grupo”.
Karoline diz também que há um preconceito grande com a dança, especialmente pelo ritmo que escolheram trabalhar, o pagode.
Muitas vezes as pessoas julgam a gente porque dançamos pagode, sempre acham que são letras vulgares, mas a gente tem muito cuidado com o tipo de música que estamos dançando. Recentemente fomos barrados em uma apresentação, por simplesmente ser pagode. Pagode também é música, a gente também enfrenta dificuldades como qualquer artista.
Para quebrar essas barreiras, Viviane Silva, 24, aponta a necessidade de inserir a dança no currículo escolar, sejam unidades particulares ou públicas. Ela está no Ballet Groovado desde o início e acredita que os jovens precisam ter uma alternativa além do esporte dentro das escolas.
“Teve uma época que os professores levavam dança para os espaços esportivos das escolas. Hoje não se fomenta a dança aos alunos, é isso que vemos. Muitos meninos e meninas têm gostos diferentes, é preciso abranger as atividades e oferecer a arte, além do esporte. É preciso levar a dança para dentro das escolas”, enfatiza a bailarina.
No Ballet Groovado foi onde tudo começou pra mim. Foi onde eu comecei a dançar e a me descobrir na arte. Já estou há um ano no grupo e passa muito rápido. Aqui somos uma família e mudou tudo na minha vida. Desenvolvi meu talento e quero crescer cada vez mais com o grupo. O Ballet Groovado me fez definir que essa é a carreira que eu quero seguir, ser bailarina. Não me vejo fazendo outra coisa, declara Stefane Fersan, 18.
Os locais de ensaio do grupo são sempre na Teatro na PEC e no Teatro Alberto Martins. Você também pode acompanhar o trabalho de Ballet Groovado pelo Instagram.
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Lucas
22 de novembro de 2018 at 14:41
Estou acompanhando esse grupo , e sei cada determinação que cada um deles tem , estou muito feliz por vocês Deus abençoe muito mais vocês todos …
EDICLEIA
23 de novembro de 2018 at 09:03
lindo o trabalho de vocês, parabéns. Sigam firmes.
Danival Dias
23 de novembro de 2018 at 20:54
Sucesso, meninos e meninas! ✊🏾