Educação
Camaçari: professores e estudantes protestam contra cortes nos institutos e universidades federais
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Mirelle LimaCom cartazes, folhetos e gritos de resistência, estudantes, professores, trabalhadores e sindicalistas foram às ruas de Camaçari nesta quarta-feira (15) para se manifestarem contra os cortes nas universidades e institutos federais anunciados pelo Ministério da Educação (MEC). A “Greve Nacional da Educação” mobilizou pessoas por todo o país e no município contou com cerca de mil manifestantes.
O professor de história do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Alex Ivo, enfatizou que a única maneira de reverter a medida é ir para as ruas. “Nós estamos em uma situação crítica no país por conta da política de destruição da educação pública e dos benefícios públicos e sociais mínimos que protegem a população trabalhadora, sobretudo a população mais pobre, a gente só vai reverter isso nas ruas, dialogando com a maior quantidade de pessoas possíveis. Educação é um bem público e coletivo e precisa ser de todos, pra todos e de qualidade. Os estudantes dão um show, eles que nos ensinam todos os dias”.
Aluna do IFBA, Yasmin Vasconcelos, 18 anos, alerta que com os cortes os estudantes terão as aulas interrompidas antes do fim do ano e que isso também traz consequência para as gerações futuras.
“Esse desmonte na educação não acontece de hoje, desde o governo Temer há uma série de medidas que diminuem ainda mais a verba que o IFBA recebe para se sustentar. Atualmente, o campus de Camaçari com todo esse contingenciamento não tem condições de continuar até o final do ano. A comunidade estudantil percebeu a importância disso, se a gente não fizer algo, a gente não vai conseguir terminar o ano, a gente vai ter que parar de estudar. Além disso, temos que debater a reforma da Previdência, que é inumana em que o trabalhador irá trabalhar até quase morrer praticamente, é importante que os estudantes se coloquem na luta e vá pra rua conscientizar as pessoas que isso não vai afetar só a gente, vai afetar as gerações futuras, todo mundo”, explica a estudante.
A presidente do Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Camaçari (Sispec), Márcia Novaes, ressalta que o ato é uma forma de fortalecimento da educação de Camaçari.
“Esse ato de hoje é um ato unificado com objetivo de ir contra os cortes na educação, além da gente estar combatendo os cortes na educação, a gente também tá contra a reforma da previdência. Além do mais, e gente tá em campanha salarial e somos contrários a todo esse desmando do Governo Municipal. Esse ato é com objetivo de fortalecimento da educação em Camaçari”, declara Novaes.
No local, também estavam presentes alunos da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). O estudante de Ciências Sociais, Ariel Gomes, 17 anos, diz que sair da internet e ir para as ruas é muito importante em um momento como esse.
“Como aluno de Ciências Sociais eu fico muito triste principalmente pelo ataque às universidades e à Filosofia e Sociologia, que é muito importante para a educação e para o Brasil. O movimento estudantil é muito importante, fico muito feliz de ver essa greve, esse dia 15, tava precisando disso. Isso é muito importante pra pressionar o governo e mostrar que nós estudantes estamos muito tristes com esses cortes, nenhum país consegue se desenvolver sem educação, ficar só pela internet não basta, vir pra as ruas é muito importante”.
Adélia Pereira é professora da Rede Municipal e relata que se preocupa em como será o futuro de seus alunos do ensino fundamental.
“Estamos todos juntos, professor e estudante na rua pra mostrar que a culpa do fracasso da educação atualmente é do governo, tanto federal, municipal, e até estadual, pelos cortes nas universidades. Um país que se sustenta é através da educação, um país que cresce é através da educação. Eu fico me imaginando como professora do fundamental, como será o futuro dos meus alunos que logo estarão sem universidades. É uma tristeza, nós não estamos vendo o futuro dos alunos, dos nossos netos e dos nossos filhos”, conta a professora.
Aluna do IFBA, Caroline Pires, 15 anos, explica que a manifestação é uma forma de mostrar para as pessoas verem o que realmente está acontecendo. “Muita gente não sabe o que o corte vai causar na educação do país, muitos campus vão ter que fechar, a gente vindo pra rua, fazendo manifestação e paralisação a galera começa a ver o que realmente tá acontecendo, cortando a educação pra suprir dívidas de outras coisas”.
O IFBA é considerado pelos alunos como uma porta de entrada para as universidades federais. Ex-estudante do instituto e atual aluno da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Luis Gomes, ressalta que esse movimento é o início de uma luta maior. “A gente vem sofrendo uma série de ataques desse governo, estudante na rua junto com os trabalhadores, a gente tem uma pauta mais geral de ataque, não só com a educação, tem a reforma da Previdência, o direito a aposentadoria e ao trabalho. A gente precisa se movimentar, barrar essa medida de corte na educação, para pensar a educação como algo libertador, entender esse movimento como o início de uma luta que é muito maior”.
De acordo com a organização do movimento haverá reuniões para definir os próximos protestos e caso o corte de 30 % no orçamento seja efetuado o campus do IFBA em Camaçari terá recursos para se manter até agosto deste ano.
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